sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Monólogo, solo ou espetáculo unipessoal?



Varias pessoas têm me perguntado porque estou usando a expressão espetáculo unipessoal para me referir a Meus caros amigos. Algumas, inclusive, associaram a palavra unipessoal com um tipo de criação que partiria de inquietações pessoais; mas não tem a ver com isso, embora ache essa acepção interessante.
Quando pensei no tipo de espetáculo que queria fazer, me deparei com uma série de termos que, em muitos casos, falavam mais ou menos das mesmas experiências: monólogo, solo, monodrama, unipessoal e solilóquio, entre muitas outras. Algumas delas foram descartadas por sua relação exclusiva com o discurso verbal, outras por definir características muito específicas de gêneros teatrais. Finalmente, "classificaram" as três que dão título a esta postagem.
A palavra monólogo é, na minha língua, o termo comum para chamar os espetáculos que têm um só ator em cena, no entanto, sempre associada ao discurso verbal. Por esse motivo, resulta insuficiente para determinar o tipo de espetáculo que poderia sair desta classe de experimentações, tendo termos aparentemente mais amplos, como o usado habitualmente no Brasil – solo – ou o que ganhou força nos últimos anos na língua espanhola – obra unipersonal (espetáculo unipessoal).
Por outro lado, a expressão solo parece ser muito mais comum nas áreas de música e de dança. Uma rápida consulta no dicionário de língua portuguesa Aurélio demonstra a existência apenas de duas acepções relacionadas com a arte para a palavra: “Trecho musical executado por uma só voz ou um só instrumento” ou “Bailado executado por uma só pessoa”. Além disso, no mesmo sentido de monólogo, solo pode fazer referência tanto ao todo quanto à parte de uma peça musical ou de dança. Por isso, o termo usual na língua espanhola resulta mais específico. Ao falar de espetáculo unipessoal, a ideia de totalidade fica mais definida, motivo pelo qual decido, a partir deste momento, usar esta nomeação. O que acham desta decisão? Espero seus comentários. 

sábado, 17 de agosto de 2013

Leve: um obra de Fredy Alzate

Nem tudo pode ser em absoluta solidão. Precisamos de ajuda nas coisas que não fazem parte das nossas competências. Por isso, o artista colombiano Fredy Alzate fez sua contribuição ao espetáculo Meus caros amigos, o qual sustenta esta pesquisa. Inspirado na proposta cênica, pintou o obra intitulada Leve. Trata-se de uma pintura feita em acrílico sobre tela, que parte de uma das imagens que compõem a encenação. Ela será a imagem de cartazes e programas de mão.
Fredy consegue captar a essência do espetáculo num gesto que traduz muito bem minhas intenções como ator deste espetáculo unipessoal (numa próxima postagem compartilharei com meus leitores por que renunciei ao termo solo e decidi usar o de unipessoal). Espero que esta imagem motive mais àqueles que assistirão a temporada de estreia.
O que acham do trabalho de Fredy Alzate? Quais ideias sugere a pintura? O que tem a ver isto com O ator em solidão? Gostaria muito de ler suas opiniões.