Varias pessoas têm me perguntado porque estou usando
a expressão espetáculo unipessoal para me referir a Meus caros amigos.
Algumas, inclusive, associaram a palavra unipessoal com um tipo de
criação que partiria de inquietações pessoais; mas não tem a ver com isso,
embora ache essa acepção interessante.
Quando pensei no tipo de espetáculo que queria
fazer, me deparei com uma série de termos que, em muitos casos, falavam mais ou
menos das mesmas experiências: monólogo, solo, monodrama, unipessoal e
solilóquio, entre muitas outras. Algumas delas foram descartadas por sua
relação exclusiva com o discurso verbal, outras por definir características
muito específicas de gêneros teatrais. Finalmente, "classificaram" as
três que dão título a esta postagem.
A palavra monólogo é, na minha língua, o termo comum para chamar os
espetáculos que têm um só ator em cena, no entanto, sempre associada ao
discurso verbal. Por esse motivo, resulta insuficiente para determinar o tipo
de espetáculo que poderia sair desta classe de experimentações, tendo termos
aparentemente mais amplos, como o usado habitualmente no Brasil – solo –
ou o que ganhou força nos últimos anos na língua espanhola – obra unipersonal (espetáculo
unipessoal).
Por outro lado, a expressão solo parece ser muito mais comum nas
áreas de música e de dança. Uma rápida consulta no dicionário de língua
portuguesa Aurélio demonstra a
existência apenas de duas acepções relacionadas com a arte para a palavra:
“Trecho musical executado por uma só voz ou um só instrumento” ou “Bailado
executado por uma só pessoa”. Além disso, no mesmo sentido de monólogo, solo
pode fazer referência tanto ao todo quanto à parte de uma peça musical ou de
dança. Por isso, o termo usual na língua espanhola resulta mais específico. Ao
falar de espetáculo unipessoal, a ideia de totalidade fica mais definida,
motivo pelo qual decido, a partir deste momento, usar esta nomeação. O que
acham desta decisão? Espero seus comentários.