terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Texto dramatúrgico de "Meus caros amigos"

É com muita alegria que fecho este ano com a publicação do texto dramatúrgico de "Meus caros amigos" na Revista Repertório da Escola de Teatro da UFBA. Para os leitores deste blog, é sua a primícia: texto acabado de sair do forno... Fico muito agradecido com os professores doutores Cleise Mendes e Raimundo Matos de Leão, editores do número no qual foi publicada a peça. Aqui o link:

http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revteatro/article/viewFile/12769/9043

domingo, 30 de novembro de 2014

Sobre a pessoalidade da arte

Em um dos romances que mais tem me comovido nos últimos anos, Marguerite Yourcenar diz o seguinte: "Só traduzimos nossas emoções: sempre falamos de nós mesmos". A citação é da obra Alexis ou o tratado do vão combate e corresponde com o discurso do protagonista do romance quando fala de sua experiência como intérprete (ele é músico). Acho que a frase vale para todos os artistas porque sempre estamos falando de nós mesmos, inclusive quando nos esforçamos por fazer o contrário.
Meus caros amigos dá conta da afirmação de Yourcenar. Eu mesmo acabo me surpreendendo cada vez que apresento o espetáculo com essa sensação autobiográfica que o público percebe. E, no entanto, nada há de autobiográfico na história narrada. Mas acho que nada como este espetáculo delata mais a pessoa que sou ou, pelo menos, que fui em alguma época da minha vida. 
Luigi Pareyson defende o assunto da pessoalidade da arte. Eu também. Embora tenha partido dessa construção coletiva que é o imaginário para construir minha obra, o resultado só expressa essa apropriação particular que me define como individuo. Uma visão de mundo pessoal que contém tantas outras...

A arte é sempre feita por um artista, que nela derrama a própria espiritualidade, muito singular e irrepetível, ainda que nutrida pelo ambiente e pela sociedade em que vive; e a arte transfigura sempre as próprias condições, superando-as ou sublinhando-as, e delas se encontra separada por uma distância que somente o gênio criador do artista sabe preencher. (Luigi Pareyson)

domingo, 19 de outubro de 2014

10º Festival Ibero-Americano de Teatro de Mar del Plata 2014

Meus caros amigos continua se apresentando em vários lugares. A última experiência foi a do 10º Festival Ibero-Americano de Teatro de Mar del Plata, organizado pelo querido artista teatral argentino Hugo Kogan. Um festival sempre é uma grande oportunidade de conhecer o trabalho de colegas de diferentes lugares e trocar experiências com eles. Para o espetáculo foi uma vivência maravilhosa. Estou muito agradecido com os colegas do México, da Argentina, da Venezuela e do Equador que acompanharam esta parte do percurso de Meus caros amigos. E vamos que vamos... Daqui a pouco, de volta no Brasil...


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Materiais criativos

Neste processo de criação de um espetáculo unipessoal, escolhi uns materiais de trabalho que obviamente partem do meu próprio acervo. Na troca de ideias com as diferentes plateias e com colegas que perguntam sobre o processo mesmo, surge sempre a questão sobre de onde sai tudo isso. A resposta que deu sempre é: tudo isso sai do meu imaginário.
O conceito de imaginário apareceu no meu percurso nas aulas da professora Sonia Rangel. Ela, quem é uma grande influência neste meu percurso, me conectou com autores como Michel Mafessoli e Juremir Machado Silva, os quais me esclareceram esse conceito. Silva, por exemplo, diz que:  

O imaginário é um reservatório/motor. Reservatório, agrega imagens sentimentos, lembranças, experiências, visões do real que realizam o imaginado, leituras de vida e, através de um mecanismo individual/grupal, sedimenta um modo de ver, de ser, de agir, de sentir e de aspirar ao estar no mundo. O imaginário é uma distorção involuntária do vivido que se cristaliza como marca individual ou grupal. Diferente do imaginado – projeção irreal que poderá se tornar real –, o imaginário emana do real, estrutura-se como ideal e retorna ao real como elemento propulsor. 

Assim, todos esses que chamo de materiais de trabalho, saíram desse reservatório. As imagens de são Sebastião, os textos de André Gide (que os leitores deste blog já tiveram a oportunidade de descobrir em outras postagens) e as experiências autobiográficas que usei fazem parte do meu imaginário sobre a homossexualidade. Quem assistir Meus caros amigos se encontrará com um espetáculo que é produto desse meu imaginário. As inúmeras interconexões desses materiais fizeram com que fosse possível a construção da ficção cênica.
A seguinte imagem resume o que poderia determinar uma espécie de estrutura na criação... Rede, rizoma, processo criativo... O que sugere para vocês, meus leitores, esta figura? Fico atento a seus comentários.

 

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Terceiro Festival Internacional de Teatro Rosa de Bogotá 2014

O espetáculo Meus caros amigos participou no Terceiro Festival de Teatro Rosa de Bogotá 2014, realizado do 15 ao 25 de julho, e recebeu o prêmio à melhor dramaturgia do evento. Foi um espaço para discutir e apresentar diferentes perspectivas sobre temática LGBTI, o que deu para o espetáculo a oportunidade de enfrentar um público muito sensível à proposta argumental da peça.
Participaram também outros espetáculos do Brasil, da Colômbia, do Chile, do Equador e da Espanha, entre outros países. Com a peça Tabule (criação de Júnior Lopes), da Companhia Peripécias da Universidade Federal de Rondônia, Meus caros amigos representou o Brasil, país convidado de honra.
Foi uma bela oportunidade para discutir este processo criativo e escutar outras opiniões de colegas de diferentes países. Falando sobre o que levou à criação do espetáculo, discutiu-se muito sobre no que nesta pesquisa chamo de materiais criativos. Numa nova postagem, falarei um pouco disso.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Meus caros amigos... Outro espetáculo em espanhol

A temporada de estreia em espanhol acabou e deixou-me novas perguntas e novos desafios. Traduzir para minha língua aquilo que criei na língua portuguesa me mostrou como a obra artística tem vida própria e se fortalece como um ser vivo que decide seu próprio caminho.
Descobri que compartilhar meu espetáculo com os espectadores de língua espanhola não produziu una nova versão da peça, mas outro espetáculo mesmo. Parece que se tratasse de outra história, de outro eu, de outro momento, de outra realidade exposta no palco... Novas sensações, novos ritmos, novas energias... Enfim, uma verdadeira nova experiência.
Gostaria de compartilhar com meus leitores novas imagens do espetáculo. Algumas das mudanças da segunda temporada podem se apreciar nestas imagens. O que vocês acham?
As fotos são de Germán Guevara, produtor e técnico do espetáculo, amor da minha vida...







segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Meus caros amigos estreia na Colômbia e em espanhol

Um novo desafio... Meus caros amigos agora em espanhol... O Pequeño Teatro de Medellín recebeu o espetáculo com os braços abertos... Daqui a pouco escreverei sobre o processo de "tradução" da obra...